"Estávamos no trabalho em uma vala. O amanhecer era cinza ao nosso redor; cinza era o céu acima, cinza a neve na luz pálida do amanhecer; cinza os trapos em que meus companheiros de prisão foram vestidos e cinza seus rostos. Eu estava novamente conversando silenciosamente com minha esposa, ou talvez eu estava lutando para encontrar a razão para os meus sofrimentos, minha morte lenta. Em um último protesto violento contra o desespero da morte iminente, senti meu espírito perfurar a escuridão envolvente. Eu senti transcender esse mundo, sem esperança sem sentido, e de algum lugar eu ouvi um vitorioso "Sim" na resposta à minha pergunta sobre a existência de um propósito final. Naquele momento, uma luz foi acesa em uma fazenda distante, que estava no horizonte como se uma pintura, no meio do cinza miserável do amanhecer de um dia na Baviera. "Et lux em Tenebris lucet" - e a luz resplandece nas trevas. Havia horas que estava cortando o chão gelado. O guarda passou, insultou-me, e mais uma vez eu conversava com minha amada. Mais e mais eu sentia que ela estava presente, que ela estava comigo, eu tinha a sensação de que eu era capaz de tocá-la, capaz de estender a mão e agarrar a dela. O sentimento era muito forte: ela estava lá. Então, naquele momento, um pássaro voou silenciosamente e pousou em frente de mim, sobre o monte de terra que eu tinha desenterrado da vala, e olhou fixamente para mim."
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.
sábado, 30 de março de 2013
quinta-feira, 28 de março de 2013
Reinventando Caetano
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento
E a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento
Botando o pé na estrada
As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles dos estrangeiros.
Barão de Montesquieu
Barão de Montesquieu
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
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