segunda-feira, 26 de março de 2018

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...








segunda-feira, 19 de março de 2018

Novos horizontes ...

Não sabemos da alma senão da nossa;
As dos outros são olhares,
são gestos, são palavras, 
com a suposição
de qualquer semelhança
no fundo.


segunda-feira, 12 de março de 2018

LAÇOS


Cativar é uma arte que realmente está esquecida. Não queremos perder tempo com ninguém, logo não buscamos criar laços. Pelo contrário, temos necessidades de relações com facilidade em desconectar (já se perguntou por que o facebook faz tanto sucesso?). Construir laços é muito trabalhoso e leva tempo. E tempo é o que não temos no mundo líquido.
Por que devo perder tempo cativando alguém, isto é, construindo laços, se posso a cada dia ter novos “amigos”? A conta é simples – quando enjoo de alguns, troco por outros – e o melhor: a conta sempre bate. Os adultos são especialistas em fazer contas, talvez, por isso se adaptem tanto a esses relacionamentos.
A resposta à pergunta supracitada pode ser respondida por qualquer indivíduo minimamente honesto, pois esses relacionamentos podem garantir até alguma coisa, mas, amizade não é uma delas.
Para ser amigo de alguém é preciso saber cativar, e para cativar é preciso perder tempo. Criar laços é como construir uma ponte, uma vez que, se não estiver bem feita, nos faz cair. Criar laços é fazer de alguém simples, uma pessoa especial; de um em meio à multidão, a multidão em meio a um. Ou seja, é trabalhoso e ultimamente tenho a impressão de que as pessoas não gostam de sujar as mãos.
Talvez, ainda não tenham compreendido o que é cativar. Sendo assim, retiro-me para que uma amiga mais sábia que eu possa falar:
“Exatamente, disse a raposa. Tu não és nada ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...”
Ah! Agora, talvez tenham compreendido a importância de criar laços. É somente quando criamos laços que nos tornamos únicos para o outro. Só, quando nós cativamos o outro, nos tornamos importante para ele, pois só carregamos dentro de nós aquilo que não encontramos em nenhum outro lugar.