terça-feira, 31 de maio de 2011

Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.
Clarice Lispector

Sem palavras...

domingo, 29 de maio de 2011

A nossa natureza impermanente, imperfeita, contingente, é uma afronta à perfeita simetria do universo.
A nossa inquietação e desasossego perturbam a solene sinfonía das esferas celestiais.
Não cumprimos, obedientes e temerosos, o nosso papel no cosmos, seja ele qual for.
A nossa auto-consciência conduz-nos a questionar o lugar que nos foi destinado e a transformá-lo.
E é isso que fazemos, e é isso que nos define: nós transformamos. Alteramos, inovamos, desarrumamos, destruímos, sim, mas também criamos "o que antes não existia" e tornamo-nos semelhantes a deus: o grande antagonista.
Lutamos permanentemente contra a ordem criada. De certa maneira, o homem é criatura mais paradoxal da criação. O erro de Deus?
Temos múltiplos exemplos de deuses que se arrependem de ter criado os homens e ponderam exterminá-los. O mais conhecido é o dilúvio bíblico, que, aliás, vem no seguimento de uma antiga série de relatos de dilúvios presentes na Suméria, no Egipto, na Índia, na América do Norte e em muitas outras culturas. Algo terá ficado na recordação dos homens do degelo e subida do nível das águas do mar da última era glaciar, há 18.000 anos atrás. Histórias velhas...

Estes dilúvios vêm inaugurar uma nova era, deixando para trás um passado primitivo e selvagem. São como um recomeço da criação.
À fúria divina sobrevive sempre um personagem de características excepcionais. Ou é um herói, no sentido clássico da palavra, ou o mais puro, ou o mais santo. Em todo o caso, sempre um escolhido, que representa o que de melhor existe na espécie humana.

Nada! Vivo o hoje!

Ontem ouvi uma música que tinha mais ou menos este texto ou esse contexto:

Se temos que viver que seja hoje, poís o amanhã pode lhe trazer muitas coisas, inclusive NADA.
Lembrei de Clarice com suas frases quase sempre feministas," porque há o direito ao grito.
então eu grito", e completo, - Há o direito a vida, então eu VIVO!
Gosto de planejar e pensar no futuro, mas o presente é algo possuidor, eu pego, eu sinto, eu experimento e portanto muito mais saboroso pensar que deste ato de agora, algo novo pode surgir, mas se o amanhã não chegar, já tive o que o faria chegar, já toquei e comi o bolo, já abracei os meus queridos, cheirei o meu melhor perfume, li os meus textos que tanto me fazem refletir, já compartilhei e sobretudo amei a aqueles que assim como o presente, se fizeram presentes no meu mundo de HOJE.

Botando a cuca pra pensar neste mundo tão moderno...









PARALAMAS DO SUSSESSO (SEGUINDO ESTRELAS)

domingo, 22 de maio de 2011

Radiohead Fake Plastic Trees live

"Significados do amor"

Vida – é o Amor existencial.
Razão – é o Amor que pondera.
Estudo – é o Amor que analisa.
Ciência – é o Amor que investiga.
Filosofia – é o Amor que pensa.
Religião – é o Amor que busca Deus.
Verdade – é o Amor que se eterniza.
Ideal – é o Amor que se eleva.
– é o Amor que se transcende.
Esperança – é o Amor que sonha.
Caridade – é o Amor que auxilia.
Fraternidade – é o Amor que se expande.
Sacrifício – é o Amor que se esforça.
Renúncia – é o Amor que se depura.
Simpatia – é o Amor que sorri.
Trabalho – é o Amor que constrói.
Indiferença – é o Amor que se esconde.
Desespero – é o Amor que se desgoverna.
Paixão – é o Amor que se desequilibra.
Ciúme – é o Amor que se desvaira.
Orgulho – é o Amor que enlouquece.
Sensualismo – é o Amor que se envenena.
Finalmente, o Ódio, que julgam ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.”

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pitty - Me Adora (Videoclipe Oficial)

Eu acho que eu vi um gatinho...

Que luz é essa?

Ontem quando observava pela janela do 17º andar de um Hotel, pude ver o tanto de luzes que brilhavam as 2:38 horas da manhã e aquelas luzinhas pareciam representar naquele momento, todas as esperanças que tenho, dos projetos e sonhos que hão de vir ao longo de mais ou menos 50 anos de vida que me restam.
Pude ver as luzes das estrelas, dos sinais de trânsito, das casas daqueles que não tem sono, das casas daqueles que tem fome, das casas daqueles que se amam a meia luz, dos que sonham e pensam como eu. Queria poder registrar aquele momento, fotografar o que a minha visão enxergava, o que a minha estreiteza mental nunca havia visto antes, a auto-evidência se manifestou ali e com admiração eu fiquei perplexa ao coletar resíduos de uma inocência que parecia adormecida em mim, comigo. Ou o romantismo havia tomado conta do meu cantinho de amar, chamado coração ou seria pura imaginação pensar que as luzes despertariam algo tão absoluto, forte e vivo.
Fiquei minutos fazendo terapia comigo mesma, pensando em como coisas simples manipulam a gente e como o simples brilha mais que tudo, é no simples que a gente se encontra, é nele que fazemos profundas reflexões, vivemos intensos questionamentos, vindos de um ponto de luz.
Quando me dei conta, os pontinhos cintilantes se multiplicaram como um céu do sertão, onde as estrelas brilham sem que nada possa ofuscá-las, onde não há disputas de egos, nem concorrência, há apenas, o céu do sertão cheio de estrelas. Uma alegria foi se apoderando, chegando devagar e tomando o todo do meu ser, me transformando na única criatura com poderes paranormais, a maior das estrelas, a mulher visível do meu mundo de faz de conta e foi adorável, bom e doce saber de mim, sem as pretensões que o mundo real exige, me senti apenas gente pequena, pequena o suficiente para sonhar com as estrelas.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Caleidoscópio

Não é preciso apagar a luz
Eu fecho os olhos e tudo vem
Num Caleidoscópio sem lógica
Eu quase posso ouvir a tua voz
Eu sinto a tua mão a me guiar
Pela noite a caminho de casa...
Quem vai pagar as contas
Desse amor pagão
Te dar a mão
Me trazer à tona prá respirar
Vai chamar meu nome
Ou te escutar...
Me pedindo prá apagar a luz
Amanheceu é hora de dormir
Nesse nosso relógio sem órbita
Se tudo tem que terminar assim
Que pelo menos seja até o fim
Prá gente não ter nunca mais
Que terminar...

sábado, 7 de maio de 2011

The Rolling Stones - Memory Motel (Live with Dave Mathews)

Mergulho na taça de vinho

Depois de 3 taças de vinho, o organismo delira e a alma levita, viaja por mundos inimagináveis aos olhos reais, como se fora um passageiro de uma nostálgica estória de filmes hollywodianos... levita e incita, levita e gravita, levita e medita e assim chega ao ápice dos seus mais profundos desejos, dos seus modos e não modos de chegar as suas escolhas.
Pensante, a alma ainda embriagada divaga sobre as delícias e delírios de vidas que podem ser vividas e ainda sobre aquelas que pararam antes da hora, filhas interrompidas, abortos que não tiveram a chance de saber aonde iam desaguar, em que cachoeiras encontrariam o conforto de águas turbulentas e energizantes, águas que anestesiam as dores, que adoecem os amores e fazem pensar.
vontade rir, rir de mim, rir de você a ao mesmo tempo chorar, rir de chorar, chorar de lavar o que outrora não seria limpo nem pela chuva, ahhhhhh, se for falar das águas, seja de choro, de cachoeiras, de mares e de sangue, que para mim nada mais são que águas vermelhas, seria um oceano só. E eu que adoro os oceanos, completaria a minha viagem acompanhada dos sonhos, das ondas que recepcionam meus anseios, meus medos, minhas frustrações e levam para aqui e ali, leva, leva , leva e assim me elevo.
Quero as certezas, e elas, será que me querem? Quero as paixões, por onde então sorrateiramente procurá-las?? Quero os quereres! Simplesmente os quero! Os quero porque são parte das águas que nunca vivi, são pedaços dos riachos e dos rios que nunca penetrei e os mergulhos que imagino são mais que mergulhos, são brincadeiras de criança, são a última tentativa de ser  e de ter o que nunca pensei estar ao meu alcance, sensações de uma taça de vinho, de 2 taças de vinho, a terceira me fez construir a lágrima que teima em escorrer e eu definitivamente desisto de brigar com a gravidade, desça lágrima, desça água, desça sangue e me faça sorrir...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Pablo Neruda

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