terça-feira, 17 de maio de 2011

Que luz é essa?

Ontem quando observava pela janela do 17º andar de um Hotel, pude ver o tanto de luzes que brilhavam as 2:38 horas da manhã e aquelas luzinhas pareciam representar naquele momento, todas as esperanças que tenho, dos projetos e sonhos que hão de vir ao longo de mais ou menos 50 anos de vida que me restam.
Pude ver as luzes das estrelas, dos sinais de trânsito, das casas daqueles que não tem sono, das casas daqueles que tem fome, das casas daqueles que se amam a meia luz, dos que sonham e pensam como eu. Queria poder registrar aquele momento, fotografar o que a minha visão enxergava, o que a minha estreiteza mental nunca havia visto antes, a auto-evidência se manifestou ali e com admiração eu fiquei perplexa ao coletar resíduos de uma inocência que parecia adormecida em mim, comigo. Ou o romantismo havia tomado conta do meu cantinho de amar, chamado coração ou seria pura imaginação pensar que as luzes despertariam algo tão absoluto, forte e vivo.
Fiquei minutos fazendo terapia comigo mesma, pensando em como coisas simples manipulam a gente e como o simples brilha mais que tudo, é no simples que a gente se encontra, é nele que fazemos profundas reflexões, vivemos intensos questionamentos, vindos de um ponto de luz.
Quando me dei conta, os pontinhos cintilantes se multiplicaram como um céu do sertão, onde as estrelas brilham sem que nada possa ofuscá-las, onde não há disputas de egos, nem concorrência, há apenas, o céu do sertão cheio de estrelas. Uma alegria foi se apoderando, chegando devagar e tomando o todo do meu ser, me transformando na única criatura com poderes paranormais, a maior das estrelas, a mulher visível do meu mundo de faz de conta e foi adorável, bom e doce saber de mim, sem as pretensões que o mundo real exige, me senti apenas gente pequena, pequena o suficiente para sonhar com as estrelas.

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