sábado, 7 de maio de 2011

Mergulho na taça de vinho

Depois de 3 taças de vinho, o organismo delira e a alma levita, viaja por mundos inimagináveis aos olhos reais, como se fora um passageiro de uma nostálgica estória de filmes hollywodianos... levita e incita, levita e gravita, levita e medita e assim chega ao ápice dos seus mais profundos desejos, dos seus modos e não modos de chegar as suas escolhas.
Pensante, a alma ainda embriagada divaga sobre as delícias e delírios de vidas que podem ser vividas e ainda sobre aquelas que pararam antes da hora, filhas interrompidas, abortos que não tiveram a chance de saber aonde iam desaguar, em que cachoeiras encontrariam o conforto de águas turbulentas e energizantes, águas que anestesiam as dores, que adoecem os amores e fazem pensar.
vontade rir, rir de mim, rir de você a ao mesmo tempo chorar, rir de chorar, chorar de lavar o que outrora não seria limpo nem pela chuva, ahhhhhh, se for falar das águas, seja de choro, de cachoeiras, de mares e de sangue, que para mim nada mais são que águas vermelhas, seria um oceano só. E eu que adoro os oceanos, completaria a minha viagem acompanhada dos sonhos, das ondas que recepcionam meus anseios, meus medos, minhas frustrações e levam para aqui e ali, leva, leva , leva e assim me elevo.
Quero as certezas, e elas, será que me querem? Quero as paixões, por onde então sorrateiramente procurá-las?? Quero os quereres! Simplesmente os quero! Os quero porque são parte das águas que nunca vivi, são pedaços dos riachos e dos rios que nunca penetrei e os mergulhos que imagino são mais que mergulhos, são brincadeiras de criança, são a última tentativa de ser  e de ter o que nunca pensei estar ao meu alcance, sensações de uma taça de vinho, de 2 taças de vinho, a terceira me fez construir a lágrima que teima em escorrer e eu definitivamente desisto de brigar com a gravidade, desça lágrima, desça água, desça sangue e me faça sorrir...

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