segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Umbus e siriguelas




Hoje por motivos que desconheço, resolvi andar na rua, pegar ônibus, sentir meus cabelos ao vento e a minha nuca suar rios neste calor escaldante de verão. E pude ver poesia, a mágica dinâmica que move o mundo.... Como as folhas dançando em redemoinhos, o cheiro tão particular dos perfumes alheios, o senhorzinho que raspou a barba pela metade e a senhorinha que tem bigodes pois já não tem mais quem lhe desperte a vaidade. A gordura que escorre do cachorro-quente da esquina, a seriguela disputando com o umbu 
quem exala mais, a moeda caindo no chão, o sapato gasto, a atendente mal humorada, o sorriso do engraxate, o cão brincando sozinho, o sotaque nordestino do porteiro, a chave que não entra na porta, o barulho das crianças, o meu peito bater, a alegria invadir e a gratidão de poder enxergar isso tudo de uma forma tão preciosa, não por ser simplesmente uma rotina e sim por ser VIDA, vida de carne e osso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário