quarta-feira, 6 de abril de 2011

Se eu pudesse escolher alguém que representasse os meus sentimentos de hoje, esse alguém seria Paulo Leminski.

Parem,eu confesso,sou poeta. Cada manhã que nasce me nasce uma rosa na face. Parem,eu confesso,sou poeta. Só meu amor é meu deus,eu sou ou seu profeta
Haja  Hoje para tanto Ontem
A maldição de pensar fez suas vítimas: em minha geração, vi muitos poetas se transformarem em críticos, teóricos, professores de literatura
Aqui dentro, duas obsessões me perseguem (que eu saiba): a fixação doentia na idéia de inovação e a (não menos doentia) angústia à comunicação, como se percebe logo, duas tendências irreconciliáveis
Aqui nessa pedra, alguém sentou para olhar o mar O mar não parou para ser olhado Foi mar pra tudo que é lado
Isso de querer ser exatamente o que a gente é, ainda vai nos levar além

Me diverte pensar que, em vários momentos, estou brigando comigo mesmo
No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto
Nunca cometo o mesmo erro duas vezes já cometo duas três quatro cinco seis até esse erro aprender que só o erro tem vez

Tudo dança hospedado numa casa em mudança

O mais fundo está sempre na superfície

E pra completar ...uma música dolorida. Aiiiiiiiiii!!

Um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante

carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha

ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
 

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