domingo, 13 de março de 2011

Variações sobre o prazer. Rubens Alves

Estou devorando Rubens Alves e suas variações sobre o prazer e me deparei com uma premissa:
Abro parênteses, ( Sempre admirei Saint Exupery e a sua tão famosa frase, " Te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas), tranco os parênteses a 7 chaves... Eu Lady Dan, me apeguei a isso com todas as minhas forças e de fato internalizei essa meia verdade, passados anos  e lendo Rubens, me dei conta de que há controvérsias, vamos a elas:

Não, não são os inimigos que me impõem o intervalo. Inimigos – não lhes dou a menor importância. Os desejos que me pegam são os desejos das pessoas que amo – anzóis na carne. Como tenho raiva do Antoine de Saint Exupéry – “tornamo-nos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos…” Mas isso não é terrível? Ser responsável por tanta gente? Cristo, por amar demais, terminou na cruz. Embora não saibamos, o amor também mata.

Então, abandonar o amor? Não. Mas é preciso escolher. Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial. (...)
 

Então obrigadíssimo sr. Rubens Alves, por abrir meus horizontes.

Pra fechar bonito, emendo com Rilke :


Quero lhe implorar
Para que seja paciente
Com tudo o que não está resolvido em seu coração e tente amar.
As perguntas como quartos trancados e como livros escritos em língua estrangeira.
Não procure respostas que não podem ser dadas porque não seria capaz de vivê-las. E a questão é viver tudo. Viva as perguntas agora.
Talvez assim, gradualmente, você sem perceber, viverá a resposta num dia distante.

Rainer Maria Rilke

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